sexta-feira, janeiro 18, 2008

Só neste país

Hoje de manhã li uma notícia no jornal Público que me agradou imenso. Fiquei a saber que a Força Aérea Portuguesa adquiriu recentemente vinte F-16! Aviões esses que sobrevoaram a localidade de Penamacor quarta-feira passada num treino nocturno, causando pânico geral na população - apanhada completamente desprevenida. Ao contrário do que era costume acontecer, desta vez o padre da paróquia local não avisou os habitantes no decorrer da missa que tais manobras aéreas iriam decorrer.

Frases como "cheguei a pensar que era uma revolução" ou "pensei que já não nos safávamos!" foram então proferidas pelos locais. O insólito aconteceu, pouco passava das 20h00 quando os F-16 transformaram a noite de Penamacor e arredores num autêntico inferno.

A casa de campo da Dona Conceição Carvalho, segundo consta, foi a única que teve direito a vidros partidos e a fendas nas paredes da sala de jantar - danos estes que foram prontamente testemunhados aos jornalistas e ao presidente da câmara municipal -, e a Dona Conceição chegou ao ponto de ter de mentir aos netos para os tranquilizar, dizendo que se tratava apenas de uma trovoada, quando, quase de certeza, estaria convencida que se tratava de um ataque terrorista e/ou alienígena à população de Penamacor.

Um pouco mais à frente, a caminho de Benquerença, cerca de oito mil coelhos que trabalham na exploração de coelhos do Senhor Álvaro Leitão, apanharam o susto das suas vidas, vivendo momentos de grande turbulência, stress e terror. Segundo o proprietário da exploração, os coelhos "normalmente estão sossegados, mas esta manhã colocavam-se em posição de ataque ao mínimo movimento".

(nota: quem sabe se daqui a uns dias os coelhos não invadem Penamacor, violando e dizimando toda a população local)

Certo é que Álvaro Leitão pedirá uma indemnização caso morram coelhos ou estes baixem a taxa de fertilidade.

Agora o que é mesmo, mesmo giro, é saber que tudo isto aconteceu porque um dos F-16 aproximou-se da velocidade do som, sem, no entanto, a ultrapassar. A Força Aérea Portuguesa explica em comunicado que numa manobra de "recuperação do ataque ao alvo" o avião "terá atingido inadvertidamente uma velocidade na zona transónica, tendo daqui resultado um ruído forte de pequena duração". Impressionante.

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