segunda-feira, junho 30, 2008

Cinema-teca

Depois de quase 2 meses sem ir ao cinema, aproveitei este fim-de-semana para ver 4 filmes na cinemateca. Realmente o que me impressiona no cinema é a capacidade de nos fazer sonhar, de sermos transportados para realidades diferentes e de habitarmos novos espaços. Enquanto espectador, gosto de ser surpreendido, gosto de levar murros no estômago, gosto de me sentir nervoso por não saber o que vai acontecer a seguir, gosto de apreciar plano a plano a composição, a textura, o cheiro, as cores, a beleza ou a sujidade dos enquadramentos.

Dos filmes que vi ou revi este fim-de-semana - Robert Schastlivaya Zhizn de Alexander Sokurov, Les Maitres Fous de Jean Rouch, Raiders of the Lost Ark de Steven Spielberg e Kwaidan de Masaki Kobayashi - aquele que mais me marcou foi sem dúvida Les Maitres Fous. Nunca vi cinematografia com ritmo tão intenso de montagem como a de Jean Rouch. Este em particular é um filme "em estado de transe", nada fácil de ver e de digerir. Com imagens violentas e brutais. Para terem uma ideia, um homem que estava sentado ao meu lado na sala a certa altura parecia que ia vomitar, a meio da projecção desistiu e deixou de olhar a tela.

Curiosamente encontrei o filme no youtube dividido em 3 partes. Deixo-vos aqui esta obra-prima perturbante, sabendo de antemão que nem toda a gente vai conseguir ver tudo até ao fim. De qualquer maneira é mais fácil de ver no youtube do que na sala escura e tela grande da cinemateca.



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